Indecisão
Indecisão
Ainda não sei porque te amo tanto,
Se tanto te procuro e tu te esquivas,
São tão incoerentes evasivas,
Mas teu olhar me fita em qualquer canto.
Olhas-me tal o sol é pelo helianto,
Escolhi-te eu, ante tantas divas,
Mas as respostas são dubitativas,
Que chegam a causar-me algum espanto.
Cansado estou de tantas esquivansas,
Condenado a viver de vis lembranças,
De algo que não provei e se perdeu…
Segues por esse orgulho obstinada,
O amor que era meu não deu em nada
E o amor que te devoto não cresceu.
Aracaju, 21/ 09/ 2020
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Sou muito agradecido pelo poema do conterrâneo de Piripiri, Herculano Alencar, que nos presenteou com esse poema.
As águas do passado, hoje turvas,
motrizes dos moinhos de criança
trouxeram, dos confins, uma lembrança
que conseguiu varar ventos e chuvas.
O rio serpenteia em sua andança,
enquanto a lembrança faz as curvas
e deixa para trás paixões viúvas
de um sonho que nasceu da esperança.
Hoje, ao pisar o chão do meu passado,
meu coração, qual um cupido alado,
vagou pelos jardins da minha infância.
A terra, ainda quente, como outrora,
insiste em me lembrar que fui embora:
na brisa, no luar e na fragrância.