DECRIPTAR
Não basta olhares ao redor de mim
Como um sutil desejo aquém do agora,
Há que servir-me a mesa, a tempo e hora,
Solvendo a taça do meu próprio gim.
Não quero extensos pavilhões de cismas,
Com catedrais de tédio e fantasias,
Há que esconder, de tantas poesias,
O carma da paixão... e os melodramas.
Como um mistério que incomoda, intriga,
Quero que me desvende... que me diga
Onde que mais deixei-te a desejar...
Pois desta vez, não mais do que absorto,
Vou ancorar-me em ti, como num porto,
Para estender-me até decriptar.