BORBOLETÁRIO

Nas galhadas dos sonhos entre as flores

Comuns de um jardim muito entretidas

Flores aladas de asas coloridas

Davam mel a meus lábios beija-flores

Vertia o néctar de asas multicores,

Umas expostas, outras escondidas

Em meio às ramarias, e atrevidas

Cobriam-me a boca de sabores.

Mas... de repente, todos os espaços

Do jardim se abalaram com os laços

Da rede lanceada em alarido.

E as borboletas foram pelo ar,

Porque até em sonho fui achar

As feições carrancudas de um marido.