Navegante
Levava as minhas mágoas num navio,
o frio de minh'alma em seu porão;
o mar à minha frente era o vazio
e o medo de viver o meu timão.
Deixei o meu destino junto ao porto
e icei as velas de meu desvario
querendo achar além algum conforto
ou quiçá sucumbir ao desafio.
Porém, não calculei bem o calado
e as dores que levei tanto pesavam
que a nave soçobrou em um segundo;
Salvei-me por um triz - vi-me agarrado
às minhas ilusões que flutuavam
e não me permitiram ir ao fundo...