ESCONDE-ESCONDE
Desfazendo as tranças dos cabelos,
Perdi os dedos e sem puder achar
Dei-me ao corpo inteiro a procurar,
Atendendo do instinto os apelos.
Da cabeça, desci aos tornozelos
E após o corpo inteiro vasculhar
Achei refúgios que sei que não há
Outros tão agradáveis e tão belos.
Descobri bem depois que não achava
Meus dedos, porque ela os ocultava
Fazendo a brincadeira favorita.
Em um esconde-esconde de adulto,
Mantinha cada dedo bem oculto,
Proibindo o olhar de ser visita.