MINHA SOMBRA
Digo-te o quanto olhas para mim;
Sem eu mesmo saber quem tu és;
Errante movimentos em livre voou;
Que passa atravessada pela minha alvorada.
Quem o és? Fala-me por um pouco tempo...
Ah! Se tu me conhecesses não fugiria de mim;
Na hora que o sol se põe no poente, o adeus;
Para que da lua esconder-se de mim, sambras.
Ó, sombra! Tu sabes bem traduzir-me em silêncio;
Quem eu sou em sonho ao cair da noite enluarada;
E, mesmo nebulosa perante a noite adentro, rezas em luzes.
Estou perdido em minh'alma, a dúvida;
Constantes lamurias que grita e mente;
Porém, nunca pode mentir para quem te conhece.