Leda e Cisne

O Ledo céu derriba a umbrosa árvore escura

Enquanto a chuva densa cai no chão vermelho

Tua seiva, ó bela e branca à vil semiclausura

Cortando a dor infame presa no joelho.

E o rosto ledo da alta e vã arquitetura

Não vê o vil veloz velando o vulto-espelho

Consome o espaço em santa seiva, investidura

E corre a passos lentos buscando conselho.

E assim o verso ledo eflui à velhoca Hel

Ao amargor da boca implume, prova o fel

Que externa o versejar da bela que perece!

E se degola ao medo, eflúvia e doce crux

Haurindo a bela Leda e o casto cisne à lux

Ao pranto dela, anseia, se passar pudesse.

Ledo Literato
Enviado por Ledo Literato em 28/07/2020
Reeditado em 28/07/2020
Código do texto: T7018848
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