Leda e Cisne
O Ledo céu derriba a umbrosa árvore escura
Enquanto a chuva densa cai no chão vermelho
Tua seiva, ó bela e branca à vil semiclausura
Cortando a dor infame presa no joelho.
E o rosto ledo da alta e vã arquitetura
Não vê o vil veloz velando o vulto-espelho
Consome o espaço em santa seiva, investidura
E corre a passos lentos buscando conselho.
E assim o verso ledo eflui à velhoca Hel
Ao amargor da boca implume, prova o fel
Que externa o versejar da bela que perece!
E se degola ao medo, eflúvia e doce crux
Haurindo a bela Leda e o casto cisne à lux
Ao pranto dela, anseia, se passar pudesse.