AS DAMAS
Num sopro, a deslumbrante tarde finda
E a noite se aproxima em véus de luto,
Estende suas mãos de peso bruto
E seu olhar bordô mais triste ainda.
E ali se faz presente, e não bem-vinda
Depõe sobre essa dor... Inerte escuto,
A transformar dali cada minuto
Num funeral da tarde, que era linda.
A noite, tão vazia e deprimente,
É dama da tristeza e do desgosto
No coração ruim de tanta gente.
A dama da beleza, por suposto
Outrora foi a tarde, que, tão quente,
Morreu num dia cinza ao mês de agosto.