AS DAMAS

Num sopro, a deslumbrante tarde finda

E a noite se aproxima em véus de luto,

Estende suas mãos de peso bruto

E seu olhar bordô mais triste ainda.

E ali se faz presente, e não bem-vinda

Depõe sobre essa dor... Inerte escuto,

A transformar dali cada minuto

Num funeral da tarde, que era linda.

A noite, tão vazia e deprimente,

É dama da tristeza e do desgosto

No coração ruim de tanta gente.

A dama da beleza, por suposto

Outrora foi a tarde, que, tão quente,

Morreu num dia cinza ao mês de agosto.

Jackson Viana
Enviado por Jackson Viana em 25/07/2020
Reeditado em 28/07/2020
Código do texto: T7016637
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