EU SINTO

Eu sinto a podridão da voz desse sujeito,

Escarnecendo o mundo com seu ódio cru,

Como se a cada fala ouvisse um urubu...

Ou mesmo um caminhão me pressionasse o peito.

Eu sinto tanto horror! É tanto horror! De um jeito

Que não disfarço mais o meu desprezo nu...

Um asco que me faz ver nele um guabiru,

Apesar de se impor como um padrão perfeito.

Eu sinto, apavorado, os dedos seus, cruentos,

Por sobre o meu pescoço a sufocar-me o ar,

Calando minha voz com socos violentos.

Mais hei de ver seu fim... o mal há de findar...

Há de nascer nos povos novos sentimentos

Fazendo ele cair e, enfim, o amor reinar.

Jackson Viana
Enviado por Jackson Viana em 25/07/2020
Reeditado em 28/07/2020
Código do texto: T7015997
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