Soneto dos ponteiros
Eu, enrolada nos lençóis, matutava:
O tempo é um relógio sem ponteiros,
Lento ou veloz, não é ele quem passava.
Nesse trem, somos nós os passageiros.
Passamos, ele fica, sempre inteiro,
refazendo-se em nós a cada pulso.
Não morre, não há tempo derradeiro...
Serve-me longo, quando não mais busco.
O tempo é um espelho, feito o mar,
nos refletindo a face do universo.
Sua imagem, a vida que nos há.
Estou nas horas. Elas, no que expresso.
Vou sem ponteiros, como vai o tempo,
traçando as linhas soltas do meu verso.
Eu, enrolada nos lençóis, matutava:
O tempo é um relógio sem ponteiros,
Lento ou veloz, não é ele quem passava.
Nesse trem, somos nós os passageiros.
Passamos, ele fica, sempre inteiro,
refazendo-se em nós a cada pulso.
Não morre, não há tempo derradeiro...
Serve-me longo, quando não mais busco.
O tempo é um espelho, feito o mar,
nos refletindo a face do universo.
Sua imagem, a vida que nos há.
Estou nas horas. Elas, no que expresso.
Vou sem ponteiros, como vai o tempo,
traçando as linhas soltas do meu verso.