CORAÇÃO AMIGO
Eu gosto de alguém, mas meu amigo
De verdade é meu velho coração
A quem jamais eu posso dizer não,
Se nunca uma maldade fez comigo.
Se por dores de amor eu me castigo,
Não é dele que eu me queixo, não,
Mas desse alguém que pela ingratidão
Devia não amar e não consigo.
Embora a mim se mostre, às vezes, bravo
E ameace nunca mais bater,
Meu coração amigo é um escravo.
E nessa condição, contra a vontade,
Promete desse alguém se esquecer,
Mentindo para mim por piedade.