A MÃO E O MAIS

Antes, tocar a mão era proibido

E quem ousasse dar um beliscão,

Quiçá, levasse um forte safanão

De quem julgasse o gesto atrevido.

Do belisco ao encontro escondido,

Pesavam-se os efeitos de antemão,

Pois descoberto o caso ia então

Haver um jovem morto ou um marido.

Nem o beijo no rosto era dado,

Antes de o pai dar benção ao noivado,

Confirmando o sagrado juramento.

Tudo era fita, e firme já o namoro

Um pedia e o outro dava sem decoro

A mão e o mais, sem véu de casamento.