SONETO DA PORRA

Meu bem, se eu mandar você pra porra

Não é porque já não lhe queira bem,

Palavras servem pra ofender alguém,

Mas a intenção nem sempre é que isso ocorra.

Na raiva qualquer um vai à desforra

E apela ao vá pra porra - não convém,

Mas sai - até em briga em que ninguém

Deseja que um suma e o outro morra.

E porra, eu te amo pra cacete,

E só não sei é por que você se mete

Ser uma porra, às vezes, noite e dia.

E depois fica tão aporrinhada

Que até, também, sentindo a porrada,

Ir para a porra junto eu queria.