UM DIA O AMOR

Passei anos da minha vida tentando me compreender;

Buscando palavras que pudessem me preencher;

Sentindo a necessidade de me ter, em tudo, um pouco;

Mesmo sabendo que eu era plural e nunca singular.

A tristeza do meu ser se fez véu em noites e dias;

Chorava como uma criança deserta, sozinho, calado;

E, eu me sentia uma busca constante de saber o porquê;

Da dor que me fazia sofrer de maneira que eu fugia de mim.

Ó tristeza, como me foi angustiante perceber coisas que não sabia;

Vivenciar o luto em madrugadas sem água e sem o pão de comer;

Para na pele em carne viva, compreender que eu sabia como viver.

Hoje, não faço de mim uma melancolia, uma história triste;

Pois, bem sei, eu, o eterno plural consolador da vida;

Que neste mundo é preciso saber viver em si próprio.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 30/06/2020
Código do texto: T6992094
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