UM DIA O AMOR
Passei anos da minha vida tentando me compreender;
Buscando palavras que pudessem me preencher;
Sentindo a necessidade de me ter, em tudo, um pouco;
Mesmo sabendo que eu era plural e nunca singular.
A tristeza do meu ser se fez véu em noites e dias;
Chorava como uma criança deserta, sozinho, calado;
E, eu me sentia uma busca constante de saber o porquê;
Da dor que me fazia sofrer de maneira que eu fugia de mim.
Ó tristeza, como me foi angustiante perceber coisas que não sabia;
Vivenciar o luto em madrugadas sem água e sem o pão de comer;
Para na pele em carne viva, compreender que eu sabia como viver.
Hoje, não faço de mim uma melancolia, uma história triste;
Pois, bem sei, eu, o eterno plural consolador da vida;
Que neste mundo é preciso saber viver em si próprio.