CEIFA DE AMOR
Deita-te Rute, descobre-lhe os pés,
E à ceifa de amor cede-lhe às vontades,
Desfazendo em ti as ansiedades,
Na entrega, pois mulher é o que tu és.
Nem menos e nem mais é o que vês
Em ambos, se os dois são as metades
De um só corpo, frui as liberdades,
Sem olhar o desejo de viés.
Se o amor dele do teu for bom vizinho,
Deixai, pois que a partir de teu mindinho,
Teu corpo em febre vibre de calor.
E entre as flores da eira sinta o encanto
De servir se servindo e cause espanto
Aos céus corados por teus ais de amor.