SONETO MINDINHO
O meu dedo mindinho sabe e bem
O quanto dói a dor de uma topada
Sofrida em situação inesperada
E da qual continuo ainda refém.
Quem na quina da vida de alguém
Já sofreu por amor uma estocada
Sabe que a dor de uma unha esfolada
É igual a ser tratado com desdém.
Sofrendo e pulando em um só pé,
Assopra-se o dedinho que só quer
Sopros de quem por quase se quebrou.
Meu dedinho ainda vê o mindinho dela
Entre os lençóis, sem dor de ver estrela,
Arranhando-o em toques de amor.