ROSA DE PLÁSTICO

Se uma rosa de plástico enfeita

Minha sala, imitando a de um jardim,

Não vejo arte kitsch ou algo assim,

Que ao bom gosto cause uma desfeita.

Lembra-me bem a rosa quem se deita

Na saudade a cair ao pé de mim,

E se abre suas pétalas carmim,

Só às regras do amor está sujeita.

Do plástico eu sinto até o perfume

Do corpo ausente, por ter o costume

De borrifar-lhe essências de saudade...

A rosa que ao jardim da alma ponho

Resgata do passado um belo sonho

Que espero ainda tornar realidade.