BEIJOS
Quantas vezes o mar beijou a terra
E o sol ciumento espreitou?
Na vida inteira nunca se contou
E quem tenta contar, decerto erra.
Quantas vezes a lua beijou a serra
E o dia ciumento espiou?
Na vida inteira nunca se somou
E quem tenta somar, decerto emperra.
Quantas vezes a noite beijou o dia
E a manhã ficou na agonia
De não restar a ela nem sobejos?
Essas vezes, de tantas, imagino
Serem iguais às que em desatino
Fico pensando em ganhar teus beijos.