O ABRAÇO

De todos os abraços que ganhei

Confesso uns me sufocam de saudade,

Mas, para não faltar com a verdade,

Sinto mais de um que sempre esperei.

Em abraços de braços me atirei

E nos de pernas vi a eternidade

Encolher-se, sujeito à brevidade

Das mortes de amor que já gozei.

Mas do que não ganhei sinto o aperto

E ao senti-lo à mente tenho perto

O corpo com o qual me embaraço.

Já fiz de tudo, e nunca fui capaz

De transformar os toques visuais

lançados a seu corpo em forte abraço.