A Jogralesa
Porque fui eu um jogral ou um segrel,
Muitas vezes tive que cantar, de outrem,
As cantigas que se lançavam ao leu
E pousavam nos ouvidos d'outro alguém...
A Jogralesa, soldadeira mui cruel,
Espalhava seus passos pelo salão,
Queimava em minha garganta o fel
Que me vinha direto do coração.
Oh! Amargura! Agruras do amor...
Oh! Tristura que envolve o meu ser...
Por que por ela fui eu me apaixonar?
Não escuta, do meu peito, o estertor
Que faz-me desabar, e sem perceber
Que o próprio amor não me permite sonhar...