NÃO ME DIGAS QUE NÃO

Ah, meu amor, que da ventura, fizeste-te mulher,

Por homens, a sua desventura, espargida

Em teus nãos, porque não és uma qualquer,

Que a olhos ávidos te entregues e à tua vida,

Dime porque sofres, o que de tanto amor vives?

Se por ti me apaixonei e enfim homem me fiz,

De que escolhos assombrados ainda revives?

Porque, em ti, mulher amada, nada te desdiz.

Por ti me comprometi e escolhi teu esplendor,

Que ao astro rei faz inveja, suscita

Cor, que me é dada pelo teu amor.

Pelos homens, tua sina, tens a pesarosa

Razão, de a todos desconfiar, vida maldita,

Que te fez mulher, bendita, assaz temerosa.

Jorge Humberto

13/10/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 15/10/2007
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