CORAÇÃO

Levo ao lado direito a razão,

Carregando a emoção do lado esquerdo,

E desse jeito nunca fica lerdo

Por falta de fazer meu coração.

Às vezes, me encontro em confusão

E da razão confesso nada herdo,

Mas se dessa arritmia me deserdo

É que o peito transborda de emoção.

E todo dia vou sentindo o sopro

De uma e de outra e me alopro

Por não poder nenhuma atender.

A pressão se agita e acelera

O nervo que, se der vida ou quimera,

De qualquer jeito, para de bater.