SERÁ LOUCURA

À volta, com a minha loucura,

Fecho todas as portas do meu quarto,

Para atingir daqui a lonjura,

Como num longo e doído parto.

Meu peito arfa de insensatez;

Meu coração bate a descompasso;

E eu temo a própria mudez,

Num erro qualquer, por mero lapso.

Não! Não quero mais essa droga

Nem o vinho, que sói ofertar-me,

Quem é amigo do que muito roga

Atenção para as suas bijutarias!

Se algo quereis aqui dar-me,

Que sejam as próprias alegrias.

Jorge Humberto

12/10/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/10/2007
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