Salto

Eu quis saltar em vão de um edifício

ao precipício e ao céu - contínuo ato

Que desperdício! Eu sei. Nada hodierno

e ainda eterno o inferno nem é fato...

Por que morrer então se a morte é cega

e sega a vida a qualquer tempo e afaga

cada ferida, amor, tormento e chaga

e aos que ela abraça ardor jamais lhes nega?

Não tenho medo e não salto do prédio...

Volto ao remédio de todos os dias

em que vazia a vida é puro tédio.

Não vou mais cedo! Eu cedo à esta ironia

vendo em segredo a morte e seu assédio

enquanto vejo a luz de um novo dia...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 14/10/2007
Código do texto: T693805