Enquanto ausente

Por quais caminhos seguir, por qual desvio

se o desafio consiste em resistir

ao não sentir, ao não viver tão frio

e ao desvario que insiste em não partir...

E de fármacos cheia a consciência

nega a carência da própria vontade

em que a verdade esvai-se e é só ausência

e perde a essência e a própria humanidade.

A vida é isso, em síntese, comédia

e na tragédia é que eu me faço rir

por não fugir à lógica da média:

Eu meio igual, normal ou meio louco

e ainda por pouco um ser ainda presente

enquanto ausente estar... sem ser tampouco.

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 14/10/2007
Reeditado em 14/10/2007
Código do texto: T693790