PÁTRIA RAGADA
Houve um tempo que eu sonhava;
Ainda sonho, quando conjugo o verbo sonhar;
Assim, num desses momentos delirantes;
Que passam pela minha cabela, sei lá!
É muito divertido conjugar irregularmente;
Porque na minha simplicidade poética e delirante;
Rasco o céu de anil em silêncio num grito mudo...
Para nunca mais sangrar em berço esplendido.
Não sou a flamula que dizem por ai em chamas;
Talvez um pedaço de carne em cruz à viver...
Entre as mentiras e inverdades desta vida.
Ninguém como eu bem sabe da dor;
De sentir o canto silencioso do mar;
Quando me sinto só numa terra morta.
Sérgio Gaiafi