PÁTRIA RAGADA

Houve um tempo que eu sonhava;

Ainda sonho, quando conjugo o verbo sonhar;

Assim, num desses momentos delirantes;

Que passam pela minha cabela, sei lá!

É muito divertido conjugar irregularmente;

Porque na minha simplicidade poética e delirante;

Rasco o céu de anil em silêncio num grito mudo...

Para nunca mais sangrar em berço esplendido.

Não sou a flamula que dizem por ai em chamas;

Talvez um pedaço de carne em cruz à viver...

Entre as mentiras e inverdades desta vida.

Ninguém como eu bem sabe da dor;

De sentir o canto silencioso do mar;

Quando me sinto só numa terra morta.

Sérgio Gaiafi

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 04/05/2020
Código do texto: T6937649
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