A LADEIRA DOS ESPINHOS
Ó vida! Estou tão contente comigo neste momento sereno;
Que tranquilizo-me ao olhar os jardins escondidos;
Em ruas enladeiradas e desertas das vidas em espinhos;
Que muitas são sofridas, sem vidas, apenas espinhos.
E, eu, louco rasgando o véu das emoções em mim confio;
Porque sou o ser que hoje recolhe dessas ruas, os mortos;
Restos que me fizeram sofrer por um talvez adeus;
E da beleza nada os têm, caminho pelas ruas, sou eu!
Creio na minh'alma em pétalas a voarem pelas rosas dos ventos;
Girando como uma roda vida, aprendo a sorrir novamente;
Porque, sei o por quê da confiança em mim mesmo ao final...
Depois que eu fechei a cortina do adeus infindo;
E cheguei no fim da ladeira em noite de lua;
Percebi no cesto os espinhos que eu havia varrido.
Sérgio Gaiafi
17 de abril de 2020