ENTRE A VOZ E A PALAVRA

Elevar a voz a quem nos ouve, em nada ajuda,

A quem quer se fazer entender e ser entendido,

Bastará com calma, muito amor e jeito,

Pausar a voz, embora firme e tomar sentido.

A palavra se entende com tamanha perfeição

Quando há sincronicidade e não alarde,

Ouve-se com passividade e sapiência,

Ao que se poderá questionar mais tarde.

Não devemos interpretar para aquele que fala,

Usar da confidência creio não ser prudente,

O que ouvimos do outro, em nossa boca cala.

Que seja a voz suave som, celeste e manto,

No mundo às vezes bom, em outra excludente.

Nas palavras aos irmãos, sempre como acalanto

Rio, 13/10/2007

Feitosa dos Santos

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