MARIPOSA
Em mundo imaginoso ingressava
Sempre que a realidade a reprimia
E às noites, assumindo a fantasia,
De estranhos extraía o que buscava.
Pensava-se infeliz em sua via
De regras e apesar de ser casada,
Entregue à volúpia trasbordava
Num fogo-fátuo em que se consumia.
E no mundo irreal de mariposa,
Em cama alheia e em vida mentirosa,
Fingia mais do que em sua cama.
E ao extinguir-se o fogo sem ter brasas
E sem mais forças para abrir as asas,
Viu o remorso envolvê-la em negra chama.