O MAR PODE ESPERAR
O MAR PODE ESPERAR
Eu não procurei saber os motivos da separação;
Nem o porquê do afastamento em noite de chuva;
No qual, eu encontrava-me sozinho com um copo de vinho na mão;
A beber em desespero tua partida em ondas com o mar revolto em mim.
Afoguei-me em mágoas porque sabia que houve um findar;
E mesmo que longínquo estejas neste momento de tristeza e dor;
Nada matará o por vir num sol maior que desponta no amanhecer;
Em mar tranquilo quando embriagado solfejo em vento um tanto amor...
Ó céus, aparece-me em lágrimas chuvosas um pentear novelos de lã;
Em bordados de rodeiras, o teu nome escrito n’areia em barcos...
Saem para pescar quando o surgimento do raio brilha em meu olhar.
Sinto-me leve como a plumagem das gaivotas trançando nós em bando;
E regresso para casa solitário em espera de um novo amor chegar;
No findar da tarde, crepuscular, quando os pescadores retornarem.
Sérgio Gaiafi