O MAR PODE ESPERAR

O MAR PODE ESPERAR

Eu não procurei saber os motivos da separação;

Nem o porquê do afastamento em noite de chuva;

No qual, eu encontrava-me sozinho com um copo de vinho na mão;

A beber em desespero tua partida em ondas com o mar revolto em mim.

Afoguei-me em mágoas porque sabia que houve um findar;

E mesmo que longínquo estejas neste momento de tristeza e dor;

Nada matará o por vir num sol maior que desponta no amanhecer;

Em mar tranquilo quando embriagado solfejo em vento um tanto amor...

Ó céus, aparece-me em lágrimas chuvosas um pentear novelos de lã;

Em bordados de rodeiras, o teu nome escrito n’areia em barcos...

Saem para pescar quando o surgimento do raio brilha em meu olhar.

Sinto-me leve como a plumagem das gaivotas trançando nós em bando;

E regresso para casa solitário em espera de um novo amor chegar;

No findar da tarde, crepuscular, quando os pescadores retornarem.

Sérgio Gaiafi

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 12/04/2020
Código do texto: T6915187
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