PRESA

Sou presa às suas mãos se entregando,

Atire-se a mim num forte abraço

De pernas e domine-me num laço,

E pouco a pouco em mim vá se enroscando.

Puxe minha cabeça com um braço,

Sob os cabelos vá me sufocando,

Com a garra da língua vá entrando

À boca que se dá sem embaraço.

Envolva o meu corpo em sua pele

E com a energia que houver nele

Recarregue sua fúria incontida.

Liquefaça meu corpo, torne-o parte

Do seu que com o meu também reparte

A graça da pequena morte em vida.