UM ROSTO PERDIDO

Eu, um simples pássaro a assobiar infindo...

Para acalantar o bando que voa em mim;

Rascando o céu em minh'alma, numa canção.

Onde mora os anjos em azul em chuvoso dia

Tu buscas os varais nos quintais sem o luar;

Onde não existe o céu de cada olhar que vês;

Porque estás encandecido pela luz que não há;

Em cegos olhos que leem na escuridão do mar.

Ah! Somos sombras divididas em pincéis vivos;

Porém, eu sou o vento que circunda-me em voo...

Uma espera, talvez, um adeus em mim mesmo.

És a escuridão que de noite brilha nas estrelas;

Caídas pelos orvalhos em grama pastosa ermo;

E, assim, somos plurais em um só momento sós.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 11/04/2020
Código do texto: T6913987
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