UM ROSTO PERDIDO
Eu, um simples pássaro a assobiar infindo...
Para acalantar o bando que voa em mim;
Rascando o céu em minh'alma, numa canção.
Onde mora os anjos em azul em chuvoso dia
Tu buscas os varais nos quintais sem o luar;
Onde não existe o céu de cada olhar que vês;
Porque estás encandecido pela luz que não há;
Em cegos olhos que leem na escuridão do mar.
Ah! Somos sombras divididas em pincéis vivos;
Porém, eu sou o vento que circunda-me em voo...
Uma espera, talvez, um adeus em mim mesmo.
És a escuridão que de noite brilha nas estrelas;
Caídas pelos orvalhos em grama pastosa ermo;
E, assim, somos plurais em um só momento sós.