Colheita (coronavírus)
É tempo de sangue ,tempo de colheita,
A casa do homem ,o pátio,a sala,o quarto
Segue a fúria,segue o sangue,o sedimento do tempo
E o amor corre solto,nada impede cortado do ramo,sua semente !
É tempo de semente, de sangue ,tempode homens pardos
A colher videira,pisar lagar,tempo de eira e da erva que alastra
É tempo de casas sem janelas,fotos no aparador,os retalhos
É tempo de amor doído que brota no fundo,talhado !
É tempo de madeira à mortalha,tempo de vinho e esquife
Tempo do amor caiado,retrucado,tempo da noite imensa
De amores difusos cortados das raízes da terra,do amor !
É tempo de corpo em febre,terra cevada,sob um escuro vento
Tempo partido o ir embora,e tempo de ser a justa fome do homem
Dentro do ventre nasce colheita na essência do sangue,da partilha !!