ABRAÇO

Ao abraçar-te e ter de ir embora,

Deixando o corpo amado para trás,

A memória da pele em mim refaz

A presença que levo mundo afora.

E até voltar a ver-te noutra hora

Em tempo sempre longo até demais,

O suor da distância não desfaz

A impressão de minha alma sonhadora.

Espero ainda um dia te abraçar

E dentro do abraço então ficar

Seguro sem temer nenhum adeus.

Mas até que o milagre aconteça,

Revivo a sensação à pele impressa

De teus braços puxando forte os meus.