QUANDO NÃO CHECA A CHUVA
De longe, vi os olhos que me abraçavam ao vento...
Em luz esplendorosa me ofuscava, não sei!
Sentia, via, observa o distante em mim, próximo...
Eu era apenas um grão em terra mostarda d'amores.
Ó amor, bem-aventurado o és em tempo partido;
De um beijo longo a mim oferecido, no revolto mar...
Quantos violinos tocam, barcos deslizam, barcarolas...
Poemas em pintura de espelhos d'alma que aflora.
Sou eu a minha cova, ossos que te chama dia e noite;
Vens, achega-te mais um pouco, para iluminar-me.
Em perfume, o aroma do teu corpo, versos silenciosos.
Tu és munha aurora alvorada que dança no fogo em brasa;
Adormecendo minh'alma que te olha nu em rastro ver-se;
Quando não tenho mais vida em ti ao olhares por mim.