QUANDO NÃO CHECA A CHUVA

De longe, vi os olhos que me abraçavam ao vento...

Em luz esplendorosa me ofuscava, não sei!

Sentia, via, observa o distante em mim, próximo...

Eu era apenas um grão em terra mostarda d'amores.

Ó amor, bem-aventurado o és em tempo partido;

De um beijo longo a mim oferecido, no revolto mar...

Quantos violinos tocam, barcos deslizam, barcarolas...

Poemas em pintura de espelhos d'alma que aflora.

Sou eu a minha cova, ossos que te chama dia e noite;

Vens, achega-te mais um pouco, para iluminar-me.

Em perfume, o aroma do teu corpo, versos silenciosos.

Tu és munha aurora alvorada que dança no fogo em brasa;

Adormecendo minh'alma que te olha nu em rastro ver-se;

Quando não tenho mais vida em ti ao olhares por mim.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 07/03/2020
Código do texto: T6882798
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