ECCE HOMO

Eu não sou rico, nunca fui famoso

E a magreza passou longe de mim,

Nunca estou seguro e nem a fim

De prestígio ou de título honroso.

Não é meta de vida no butim

Se apoderar do bem mais precioso,

Pois sei que cada um merece o gozo

Da vida a ter no outro o seu afim.

Meus olhos são os olhos de quem sofre

E minhas mãos jamais fecharam cofre,

Negando caridade a alguém.

Entre a ilha do ser e o continente

Da humanidade hei de estar presente

Na ponte dos que vivem para o bem.