Dentro em pouco


Perdi o amor perdi todo o conforto
Perdi as coisas febris,perdi altura ,a penúria,o apreço
De existir e calar,perdi o que dura
E  urdindo a  no cais ou na esquina a possibilidade dela.

Perdi o amor com elegância,com coisas de fino trato,
Perdi a imensidão de pasto,seu calor,perdi a vinha.
Perdi quem me alimenta,perdi a salva de prata,perdi
O tempo do golpe ,da humildade canina.

Hoje sou tarde,recluso,sou pardo,emancipado,
Sou o urro e a carta de alforria,o retrato,
Sou o que passa sem vestígio algum e atraco de canoa no cais.

Sou ante despacho,a urdida veia,sou a ânsia,a peleja
Mas morro sempre um pouquibho por dia e sempre
Sou o estalido e os remos d'agua,a minha vida e a tua noutro retrato!!
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 02/03/2020
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