CÓDIGO SEM ECO
Entre meias palavras e o dito
Em gestos e olhares de esguelha
Eu penso no que deixa a tez vermelha,
Mas traduzir em frases eu evito.
E usando este código esquisito
Eu falo sobre a emoção tão velha
Que até Adão contou ao pé da orelha
O que por Eva na alma estava escrito.
E quando eu gaguejo ou aceno,
Olho tentando ver mesmo um pequeno
Sinal de que ela entende o que falo.
Mas no jaspe vermelho de seu riso,
Em letras de marfim, leio o aviso
Que em muro sem eco eu resvalo.