FLERTE

Ela envergonhada em demasia

A vista dos olhares desviava,

Mas notei que o flerte agradava

Mais do que o pudor dela exigia.

Pelo canto dos olhos me seguia

E o riso ao pé da boca confirmava

O interesse que ela camuflava

Numa normalidade que fingia.

Até parar os olhos sobre mim,

Como se me dissesse “Estou a fim”,

Voltando à atividade sua atenção.

Na aceitação discreta, hoje a imagino

Tímida, atrelando o seu destino

Ao meu cheio de olhares de paixão.