FEBRE DE AMOR

Eu tenho febre sempre que a vejo

E o coração parece explodir,

Sendo remédio o pronto desistir

De vê-la, antes que morra de desejo.

De medicina não tenho traquejo,

Mas se fosse ao doutor iria ouvir:

- “Quarenta graus de amor não é pra rir

Se não se declarar irá pro brejo”.

Eu sei que febre é anúncio de doença

Para que em reação o corpo vença

O incômodo que afeta o coração.

Mas teimoso que sou, embora saiba

A prescrição correta que ao mal caiba,

Evito a todo custo a indicação.