AVEZINHA
Olhando para as coisas que eu tinha,
Com as dos outros, indo comparando,
Chegava à conclusão que vez em quando
O bem maior meu era uma avezinha.
Cantava prazerosa à gaiolinha
De pau a pique, as tardes me alegrando,
E quanto mais ouvia ela cantando
Sentia a alma leve e não sozinha.
Com a plumagem negra e o rosado
Do bico, cria Deus não ter criado
Outra espécie de graça igual aquela.
Era criança e fácil confundia
Com ave a cantar qual cotovia,
Minha bela vizinha à janela.