SEGREDOS (SONETO)
SEGREDOS (SONETO)
AUTOR: Paulo Roberto Giesteira
O que guardamos no íntimo a que a ninguém deva contar,
Fascículos calados tampados de uma extremada paixão,
Escuros obscuros ocorridos por um abandonado vão,
Móveis imóveis as cenas que cada um tem a que guardar.
Contidos ou camuflados para nenhuma denúncia poder entregar,
Passageiros dormindo na viagem por algum específico vagão,
Gavetas espreitadas a inesperada vaga da indesejável intromissão,
Silêncio contido a um vidro que trancado possa vir a resguardar.
Daquilo que é para nunca ou nada para ninguém falar,
Dos bolos embolos a um morro gorro para sigiloso amontoar;
Sonos tronos de quando apagam as luzes e tudo fica na escuridão.
Segredos levedos guardados lacrados em um embrulho a guarnição,
Do mudo que não fala contendo o relevo de uma anunciação;
Caladas silenciadas, guardadas, a que ninguém deva nunca revelar.