AM(AZ)ÔNIA
Respira-se ofegante a fúria das queimadas
Que vão tornar latente uma florestania...
A rica natureza em áreas preservadas
Não voltará jamais a ser como soía!
Em súplicas mortais, a fauna sufocada
Inala o ar fatal de carbono e de amônia,
Num cheiro de defunto e tumba amadeirada,
Tomba na labareda a flora da Amazônia.
As peles retorcidas no ardor das chamas...
Revoam-se os pombais, não há jardins, nem gramas,
Enegrecendo o céu e acinzentando o ar.
Deitam-se os corpos frágeis de milhões de bichos...
Ao mesmo patamar de um mundaréu de lixos,
Decai, por água abaixo, a mata ciliar!