TELA

Quem debruça o olhar sobre uma tela

Da galeria de artes de um museu

Pressente que o tempo encolheu

Para ocupar o espaço da aquarela.

Não há um som de fundo e também nela

Nenhuma fala às cores se escondeu,

Mas ao teatro do olhar que a concebeu.

A imaginação viva se atrela.

A cena é a mesma e diferente

É a impressão que fica em cada gente

Que sobre ela repousa o olhar.

E ao escapar do transe quem a olhou

Descobre que nenhum computador

Tem tela com fulgor tão singular.