DESPEDIDA SEM FIM

Perdi minha lucidez na escuridão d'alma mergulhada;

E abandonado num cais do porto em lua de melodias;

Naufraguei-me em cantos insensatos d'amor ventante;

Que em uma cama d'água chorei meus prantos insanos.

Nas profundezas do mar em luz, eu olhei-me...

Vi-me porque eu encontrava-me em aflição;

Afogando-me na correnteza da solidão d'alma;

Pela ilusão da delusão desse mundo em chão.

Numa tenaz agonia que mordaz o aço da minha boca;

Perdi-me no meu espaço descalço a boiar n'água;

Tentando por os pés num chão que a mará levava...

Ah! deste mundo não desejo nenhuma gratidão;

Pois as flores do faveiro que recebi em buquê;

Coloquei-as num vaso de sofreguidão despedaçada.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 28/12/2019
Código do texto: T6828497
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