DESPEDIDA SEM FIM
Perdi minha lucidez na escuridão d'alma mergulhada;
E abandonado num cais do porto em lua de melodias;
Naufraguei-me em cantos insensatos d'amor ventante;
Que em uma cama d'água chorei meus prantos insanos.
Nas profundezas do mar em luz, eu olhei-me...
Vi-me porque eu encontrava-me em aflição;
Afogando-me na correnteza da solidão d'alma;
Pela ilusão da delusão desse mundo em chão.
Numa tenaz agonia que mordaz o aço da minha boca;
Perdi-me no meu espaço descalço a boiar n'água;
Tentando por os pés num chão que a mará levava...
Ah! deste mundo não desejo nenhuma gratidão;
Pois as flores do faveiro que recebi em buquê;
Coloquei-as num vaso de sofreguidão despedaçada.