FAZENDA VELHA

Há um silencio estranho no caminho

que nos leva ao monjolo, hoje envergado,

e o farto rego d’água, ora minguado,

nem roda mais a pedra do moinho.

Na trave do paiol abandonado,

dois enxadões, as foices e um ancinho;

os mourões da porteira em desalinho…

Tudo parece sombras do passado…

E qual um quadro torto e envelhecido,

a nossa velha casa há resistido

feito um guerreiro prestes a tombar...

São picumãs, fuligens de uma história,

um resto quase morto de memória

que o tempo não deu conta de apagar.

Edy Soares
Enviado por Edy Soares em 25/12/2019
Código do texto: T6826515
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