INDIGENTE

Sempre escutou meu lamento,

silente e meio sem graça,

em seu divã de cimento,

a estátua inerte da praça.

Sem lhe garantir provento

atende e nunca rechaça

o seu paciente sedento

de peito nu, sem couraça.

A inerte amiga me escuta

e nada pede em permuta,

apenas ouve o que falo...

Até que me afaga, o vento

e no divã de cimento,

eu adormeço... E me calo!

Edy Soares
Enviado por Edy Soares em 17/12/2019
Código do texto: T6821274
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