A um eterno passo de ti
Oi amor, é tão bom revê-la, ainda que sempre
Ainda que sempre estado em estado latente
Que aos teus pés, quase debruçado em teu ventre
Lamente condená-la a um amor inconfidente
Amparado no Berlim, daquela mureta tão fria
Sob a garoa junina de teu olhar complacente
Aquecia-se minha alma jovem e imprudente
Nas senhas de um beijo de alta criptografia
É sempre bom revê-la, nesta altiva candura
Tão figurativa, na calada duma noite obscura
Na reserva do porão, no calabouço da esperança
Em tua voz de mulher um sorriso de criança
Em teus olhos de dó, fita um olhar de doçura
Em minha cabeça: déjà vu, adeus e lembrança
Carlos Roberto Felix Viana