A FRUTA DO AMOR

O amor é uma fruta muito doce

Da qual se aproveita todo o sumo

E quanto mais se aumenta o consumo

É como se bastante nunca fosse.

Não há açúcar ou mel que tanto adoce

Uma vida a dois. É o suprassumo

Da ventura divina que até póstumo

No paladar, talvez, ainda se esboce.

A forma pode ser pera ou maçã

Ou a de outra fruta pega no afã

De alimentar o corpo e a alma.

Pode ser nova, passe de madura,

Ter casca delicada ou muito dura,

Pois a consome quem cultua a calma.