SE HOUVER AMANHÃ
Levantou-se o sol na noite da minh'alma d'alvorada;
E as flores caíram do céu em nuvens chuvas d'amor;
E as estrelas por mim passaram em mel silvestre;
Dourando-me no abrasador bem-aventurado rastro....
Ah! sinto-me vento em um outono primaveral em mar;
Onde as falenas me levam ao céu em cores matinais;
Desenhando a louçania do meu aspecto d'ouro;
Em fruta-cor ao cair no oceano em arejado velejar...
Perco-me no cântico dos cânticos, poéticos instantes;
E me vejo emergir n'água meu semblante em espelho vivido;
A buscar pétalas que vestir-me-ão de efêmera alma em sol.
Pois, quero ser memória de um passado esquecido;
Num futuro que não o tenho em vista por ser distante;
Do presente mergulho de momentos marcantes.